No último dia 30/11 (sexta-feira) aconteceu a posse popular de 10 defensores públicos aprovados no último concurso da carreira. O evento – uma iniciativa da Associação Paulista de Defensores Públicos (APADEP) em conjunto com a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e Escola da Defensoria Pública do Estado (EDEPE) – começou com uma caminhada no centro da cidade. O trajeto teve início na sede da DPSP, na rua Boa Vista, seguiu até o bairro da Luz e contou com a presença dos novos membros da defensoria e defensores já no exercício da profissão.
No bairro da Luz, o grupo se reuniu na sede da “Cia. Pessoal do Faroeste”, grupo de teatro que encena peças com temática relacionada aos direitos humanos e movimentos sociais . Ali aconteceram vários discursos sobre a importância e simbologia da posse popular.
Para o Diretor de Articulação Social da APADEP, Douglas Tadashi Magami, a posse popular mostra a “importância do trabalho da Defensoria em conjunto com os movimentos sociais”; para a Ouvidora-Geral da Defensoria Pública de São Paulo, Luciana Zaffalon, o momento era de “renovação de votos para a luta conjunta que visa a transformação social”; e Mônica de Melo, assistente da Diretoria da Escola de Defensoria Pública do Estado (EDEPE), ressaltou que os defensores “não podem se afastar da população e precisam respeitar o saber popular para que, junto do povo, caminhem na mesma direção”.
O ponto alto da reunião na sede da companhia de teatro foi o discurso de Nelson da Cruz Souza, o Nelsão, Coordenador do Movimento Moradia da Região Centro (MMRC), que se disse honrado em trabalhar com os companheiros da Defensoria Pública. Nelsão alertou aos novos defensores que a posse oficial é muito bonita, mas que a posse popular tem o objetivo de mostrar aos recém ingressos na carreira que “não podem se esquecer daqueles que defendem, que devem ser tratados como iguais”.
Após um almoço realizado no próprio teatro-sede da Cia. Faroeste, todos se dirigiram à ocupação Mauá, antigo prédio abandonado da região da Luz ,que abriga 237 famílias desde 2007.
No pátio da ocupação, a plateia ouviu relatos de moradores do local que contaram as dificuldades pelas quais passaram até conseguirem um teto para abrigar suas famílias. São histórias de pessoas que chegaram a morar nas ruas, em abrigos e que muitas vezes tiveram que optar por pagar aluguel ou comprar comida para os filhos.
Ao final, o líder do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, Benedito Roberto Barbosa – o Dito – agradeceu à Defensoria Pública por fortalecer a luta dos movimentos populares e convidou os novos defensores a receberem o certificado de posse popular das mãos dos moradores da ocupação Mauá.
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