Defensores Públicos protestam pela precariedade do serviço aos mais carentes no Estado de São Paulo
Nesta sexta-feira (09/01), aniversário de três anos da instauração da Defensoria Pública no Estado de São Paulo, os defensores públicos que trabalham na capital realizaram um protesto bastante criativo de frente ao prédio central da instituição, na Avenida Liberdade.
As pessoas que enfrentavam a enorme fila do plantão-triagem receberam panfletos, bottons e assistiram a encenação de um velório para simbolizar a morte do acesso à Justiça pelos pobres no Estado. Atores profissionais, contratados pela Associação Paulista de Defensores Públicos (APADEP), primeiro encenaram uma espécie de convocação para que os assistidos pela Defensoria pudessem fazer reclamações sobre a precariedade das condições de infra-estrutura e atendimento. Com um mega-fone e uma placa móvel escrita “Reclame aqui”, um Silvio Santos caricatural, em ritmo de luto, se encarregou de entreter e convocar as pessoas a fazerem as reivindicações. Casos de homens e mulheres que estavam na fila há mais de 3 horas – incluindo um senhor e uma senhora com mais de 70 anos – não faltaram. Nesse meio tempo, os defensores públicos, vestidos de luto, distribuíam panfletos e explicavam à população transeunte os motivos daquele protesto.
Em seguida, deu-se início o velório. Com roupas pretas, de luto, atores e defensores acompanharam em procissão a chegada de um caixão. O morto era o acesso à Justiça pelos mais pobres. Como em qualquer velório, choros, lamentações e rezas não faltaram. Um “padre” fez uma oração em homenagem ao morto, citando a quantidade de defensores públicos em todo o Estado e as condições de atendimento para os usuários do serviço.
“Ao final do ato, comprovamos a intenção dos próprios assistidos de ajudarem na luta pelo fortalecimento da Defensoria Pública. Muitos saíram com o botton escrito “Defensoria em luto” no peito e nos perguntavam como poderiam ajudar”, diz a presidente da APADEP, Juliana Belloque.
