A truculência da Polícia Militar (PM) durante as manifestações em São Paulo preocupa a imprensa internacional e entidades de direitos humanos. A Anistia Internacional enviou documentos pedindo providências aos governos estadual e federal. O Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo entrou, em abril, com uma ação na justiça pedindo a determinação de medida para coibir excessos policiais.
A assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Renata Neder, avalia que a força policial só deve ser usada se for “estritamente necessária”, o que significa que a PM não deve dispersar uma manifestação sabendo que ela está acontecendo de forma pacífica. Além disso, Renata aponta a impunidade como uma forma de alimentar o ciclo de novos abusos.
Durante a abertura da Copa do Mundo em São Paulo, no último dia 12, a polícia agiu de maneira violenta para impedir que os protestos acontecessem. Carlos Weis, da Defensoria Pública de SP, considera que o uso exacerbado da força impulsiona algumas pessoas a responderam também com violência. “Com isso, chegamos em um ciclo que não é muito bom para ninguém, muito menos para a democracia brasileira.”
De acordo com o grupo Advogados Ativistas, que atua na defesa do direito a manifestação, a PM não está acostumada com a presença do advogado, o que dificulta o trabalho do grupo. “Muitas vezes eles realizam revistas pessoais, em cima dos manifestação, de maneira aleatória, feita por diversas vezes e sem qualquer razão”, afirma André Zanardo, representante da entidade.
Assista a reportagem realizada pela TVT: