Defensoria Pública do DF estimula adoção de adolescentes

 

O pequeno João Felipe Marques, de 2 anos, mal consegue conter a animação ao chegar para um passeio no Parque da Cidade, em Brasília. Acompanhado dos pais, o menino não parece recordar a realidade na qual vivia há pouco mais de um ano, quando aguardava, em um abrigo da cidade, para ser adotado.

 

“Ele chegou para a gente com 1 ano e 1 mês. Esperamos quatro anos e meio para receber o João Felipe. E foi uma experiência mágica”, lembra a mãe, Wanda de Lourdes Marques, 50 anos. A ideia de adotar, segundo ela, surgiu em função da idade avançada e dos custos e riscos envolvidos em uma gravidez assistida.

 

“A gente fica com o medo que toda mãe sente, inclusive quando engravida. Você não sabe quem vem, como vai ser, se vai dar conta, se vai saber cuidar, se vai saber educar. É um medo natural. Mas, quando você põe os olhos nos daquela criança que é seu filho, tudo vai embora, tudo se acalma. Você pensa: somos nós, vamos juntos que a gente vai dar conta,” disse Wanda.

 

No Dia Nacional da Adoção, celebrado na última segunda-feira, 25 de maio, o supervisor da área de adoção da Vara de Infância e Juventude do Distrito Federal (DF), Valter Gomes de Souza, lembra que o caso de João Felipe é um exemplo a ser seguido, uma vez que todas as etapas do processo foram cumpridas.

 

O passo a passo, segundo ele, envolve, primeiramente, procurar a Vara da Infância e da Juventude e, em seguida, a Defensoria Pública, órgão responsável por iniciar os procedimentos. Após a apresentação dos documentos exigidos, o candidato passa por um curso de preparação psicossocial e jurídica e por uma avaliação conduzida por psicólogos e assistentes sociais. Em seguida, a pessoa é inscrita no Cadastro Nacional de Adoção.

 

A campanha da Defensoria Pública do DF é voltada para a adoção tardia, que consiste no acolhimento de crianças em faixa etária mais avançada, incluindo adolescentes e grupos de irmãos. Esse perfil é hoje o que se sobressai no Cadastro Nacional de Adoção. As famílias que se habilitam tendem a estabelecer um perfil mais restrito – 95% querem adotar um recém-nascido, branco, saudável e sem irmão.

 

“É um perfil muito difícil de ser atendido pelo sistema de Justiça em um curto espaço de tempo. Ao final, você vai ter muitas famílias habilitadas aguardando a concretização de uma adoção e centenas de crianças e adolescentes também aguardando o momento de conhecer uma família. Queremos sensibilizar a sociedade a rever esse perfil e considerar a hipótese concreta de adotar crianças maiores, com irmãos, sobretudo pré-adolescentes e adolescentes, ” diz Souza, da Vara da Infância e Juventude.

 

O Defensor Público Sérgio Domingos destaca que pessoas que mantêm convívio com uma criança ou adolescente, que não é filho biológico, devem procurar os órgãos responsáveis para regularizar a situação. A chamada adoção à brasileira, como ele mesmo se refere, é bastante comum no país, mas não gera nenhum tipo de segurança jurídica para o futuro.

 

“Se a situação não se regulariza, há o risco de, com o tempo, isso tudo poder ser questionado, por exemplo, pelo pai biológico do menor. Aí, a criança entra numa espécie de limbo jurídico”, explicou Domingos.

 

Fonte: Agência Brasil (EBC)

 

CONVÊNIOS

Exclusivo para você Defensor Público
Associados da APADEP possuem descontos promocionais nos convênios firmados pela Associação. Veja as empresas conveniadas e códigos promocionais

ASSOCIE-SE

Se você é Defensor Público e deseja se associar à APADEP, favor preencher os dados abaixo e enviar e-mail para apadep@padep.org.br, confirmando seu pedido de filiação e autorizando o débito em conta corrente.
Seja bem-vindo!

Siga-nos nas redes