Moradores de São José dos Campos participaram nessa terça-feira, 9 de junho, de uma audiência pública sobre a construção da Via Banhado, projeto viário polêmico porque, se aprovado, passará pelo “Banhado”, imensa área verde com mais de 5 milhões de metros quadrados e considerada cartão postal da cidade. A previsão é que a Via Banhado, que deve ligar as regiões norte e oeste da cidade, tenha quatro quilômetros de extensão e custe em torno de R$ 75 milhões.
A audiência pública é uma das etapas prévias à aprovação do complexo. Na ocasião, a prefeitura local apresentou o projeto aos moradores, que puderam expor suas dúvidas, sugestões e críticas. Diversos problemas giram em torno do projeto. Um deles é de ordem financeira. Pela proposta inicial, a Via Banhado seria construída com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Contudo, a prefeitura do município mudou a proposta para a implementação da obra.
Agora, se aprovada, ela será viabilizada com dinheiro da Caixa Econômica Federal. Já o montante que viria do BID será destinado a outras obras – como a construção da Via Cambuí, que deve ligar a região do Putim até a Vila Industrial, e a ampliação do viaduto da Kanebo (no sentido bairro-centro).
A Defensoria Pública de São Paulo questiona o projeto. “Para analisar a viabilidade socioambiental, é necessário apresentar um orçamento. Se não há viabilidade financeira, é temerário prosseguir com o processo de licenciamento”, disse o Defensor Público Jairo Salvador.
Boa parte dos moradores da região do Banhado também se opõe à construção do corredor. “Além de ser um cartão postal, é o pulmão de São José dos Campos. Sou completamente contra a avenida. Não só eu, mas a comunidade toda”, diz o morador Davi Moraes, um dos 270 residentes do local previsto para as obras.
A prefeitura diz que a mudança do destino inicial dos recursos do BID é legal. “Os recursos do BID têm prazo para serem reembolsados. A Via Banhado ainda está em fase de discussão do licenciamento, que acontece nas audiências públicas. Exatamente para evitar que esses recursos se percam, a prefeitura discute que esse dinheiro seja aplicado em outros empreendimentos”, explicou Marcelo Silva Santos, secretário de transportes.
Com informações do G1