A Defensoria Pública de São Paulo investiga um caso de agressão supostamente sofrida por um interno da Fundação Casa em Taubaté, no interior de São Paulo. A denúncia foi feita por funcionários que presenciaram a violência cometida por outros agentes e acusam a gestão da unidade de ter ignorado o episódio.
Segundo noticiou o portal G1, os denunciantes contaram que os internos cometeram infrações disciplinares na unidade na semana do Carnaval e teriam sido punidos. Um adolescente, de 16 anos, que não teria participado da indisciplina, questionou a punição. “Seis servidores agrediram ele com socos e chutes dentro da sala de aula, isso no dia 18 à noite. Chute, joelhada, socos na cabeça porque não deixam mancha. É jogar adolescente no chão, pisar no pescoço. Isso o adolescente no meio, ele e uma roda de servidores”, disse um funcionário.
Os denunciantes acusam os gestores da unidade de ignorarem a conduta dos servidores envolvidos nos episódios de agressão. “Ele [adolescente] foi espancado a ponto de ficar com o olho vazando, cabeça cheia de hematoma e ninguém tomou providência, não foi lançado nada em livro de ocorrência pela coordenação”, afirmou outro servidor.
Para o Defensor Público Ricardo Gomes, não há dúvida sobre as irregularidades cometidas por esses servidores. “Nós temos todo esse material formal, com depoimento de adolescentes e funcionários em mãos. Nós vamos estudar a melhor forma de pedir a responsabilização dos agentes”, disse.
Outro lado
A Fundação Casa reconhece que houve um problema entre um adolescente e um agente, mas que não passou de um caso isolado e nega que tenha havido espancamento.
“A instituição não compactua com qualquer tipo de violência ou violação dos direitos humanos. Por isso em toda situação que fuja da normalidade, o expediente é realizado e encaminhado à corregedoria e a Justiça é informada, nos trâmites normais”, disse a coordenadora da unidade, Marcela Render.
Uma sindicância interna foi aberta por conta da indisciplina dos infratores e o adolescente supostamente agredido foi absolvido pela comissão disciplinar da Fundação Casa – ele não sofrerá punição.
Fonte: G1