Grande mutirão de atendimento a idosos marca lançamento da Campanha Nacional dos Defensores Públicos em São Paulo

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Com informações de Ascom/DPESP

Em uma ação conjunta, a Defensoria Pública de São Paulo, a Associação Nacional de Defensores Públicos (ANADEP) e a Associação Paulista de Defensores Públicos (APADEP) promoveram, no dia 19 de maio, um grande mutirão de atendimento à população idosa no Largo de São Bento, região central da capital. O evento marcou o lançamento nacional da campanha Defensor Público: Transformando a causa de um no benefício de todos. A atividade previu, além do atendimento efetivo à população, solução de dúvidas, encaminhamentos, distribuição de cartilhas, material de apoio, e atividades de educação em direitos voltadas especificamente para o tema. Mais de 200 pessoas foram atendidas no local. A atividade contou com a presença do defensor público-geral, Rafael Valle Vernaschi, e da presidente da Associação Nacional de Defensores Públicos, Patrícia Kettermann.

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O sr. Lino Floriano buscou o atendimento da Defensoria nesta segunda-feira. Ele tem 80 anos e passou metade da sua vida na casa que adquiriu com o suado dinheirinho que juntou com sua finada esposa. Apesar de pagar tudo que o antigo proprietário pediu, não teve o imóvel registrado em seu nome. “Paguei tudo, tintim por tintim que ele me cobrou, tenho todos os documento guardados. O único documento que não tenho é o registro no meu nome”, disse ele. Por décadas o Sr. Lino fez uma peregrinação por diversos órgãos do poder público para obter o documento, até que nesta segunda-feira, quando ouvia seu programa de rádio ficou sabendo do atendimento da Defensoria. “Quando ouvi no rádio que os Defensores estavam atendendo os idosos peguei minhas coisas e vim até aqui. Agora acho que a coisa vai para frente”, disse ele esperançoso.

A sra. Maria Alves Pereira também participou do atendimento. Ela comprou um celular numa loja de varejo, mas desde que fechou o negócio, há mais de 3 meses, não consegue utilizar o aparelho. “Pedi para me ajudarem a utilizar o telefone e me disseram que todo mundo sabe usar e que não iriam me auxiliar. Eu tenho 65 anos e na minha época não havia esse tipo de tecnologia. Na hora de comprar eles te ajudam que é uma beleza, depois nem olham para você direito”, disse ela. Após ir diversas vezes à loja sem sucesso, a Sra Maria foi buscar o atendimento na Defensoria Pública. “Acho que aqui vão resolver meu problema”, finalizou.

Anelise de Assis tem 26 anos. Não é idosa, mas quando passava pelo Largo de São Bento e viu o atendimento da Defensoria Pública decidiu parar. “Parei para saber dos direitos da minha mãe. Ela já tem 67 anos e trabalhou a vida toda. Agora não aguenta mais trabalhar. Quero saber se ela tem direito de receber uma ajuda do governo ou se aposentar”, disse ela. Após ser atendida, Anelise esbanjou otimismo. “Amanhã vou com ela cedinho levar os documentos. A doutora me disse que, se tiver tudo certinho, em julho já sai o primeiro pagamento. Tenho certeza que ela vai conseguir”, finalizou.

População idosa no país 

Em 15 anos, o Brasil será o sexto país com maior número de idosos no mundo – de acordo com dados apurados na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE em 2013. Os idosos somam 23,5 milhões dos brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. No ano de 2060, os idosos serão 1/4 da população brasileira. São Paulo é o estado com o maior número de pessoas com mais de 60 anos: 5,4 milhões. Na sequência estão Minas Gerais (2,6 milhões) e Rio de Janeiro (2,4 milhões).

Mas ainda é preciso mais políticas públicas para essa nova realidade do País. De acordo com a defensora coordenadora do Núcleo de Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência da Defensoria paulista, Aline Morais, a grande demanda da instituição no atendimento a pessoas com mais de 60 anos é, ao lado do acesso a medicamentos e informações previdenciárias, a busca pela internação. “Muitas famílias não tem como cuidar de seus idosos e procuram sua internação como alternativa. Vemos muitos idosos sendo encaminhados a hospitais que acabam transformados verdadeiros depósitos de gente”, afirma.

Ela explica que o poder público precisa disponibilizar mais instituições que prestam assistência ao idosos. “A cidade de São Paulo possui cerca de 1,3 milhão de idosos e dispõe de apenas 8 Instituições de Longa Permanência (ILPIs), aqueles locais para a internação de idosos dependentes. Na Capital não há nenhuma casa dia, onde os idosos receberiam assistência durante o dia e voltariam para casa à noite. É preciso avançar nas políticas públicas”, aponta ela.

Aline Morais explica ainda que o melhor para o idoso é que ele seja cuidado pela própria família. “A internação deve ser a última alternativa. O melhor é que o cuidado do idoso seja feito pelos filhos e netos, pois, dessa maneira, são mantidos os laços familiares”, disse ela. “Antes de tentar qualquer procedimento de internação, a Defensoria convoca os familiares para uma reunião, na qual é verificado se é possível chegar a um acordo para atribuir a cada filho uma parte nos cuidados”, finaliza.

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