Transexuais recorrem à Defensoria de Sergipe para mudança de nome

Os Defensores Rosana de Assis e Eric Martins orientaram os transexuais
Os Defensores Rosana de Assis e Eric Martins orientaram os transexuais (Foto: DPE/SE)

 

Constrangimentos no consultório médico ou na rodoviária. Sentimento de falta de identidade. Alguns dos dilemas vividos por transexuais marginalizados por terem nomes masculinos e se apresentarem como mulheres começam a ser atenuados com a iniciativa da Defensoria Pública em retificar o nome de pessoas deste grupo. Na última semana, os Defensores e membros do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria de Sergipe, Eric Martins e Rosana de Assis, realizaram um mutirão de atendimento na sede da Associação de Travestis e Transgêneros de Aracaju (Astra), ao qual compareceram 15 transexuais. O evento contou também com o apoio da psicóloga do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial (Ciaps), Syrlene Besouchet.

 

A proposta do mutirão foi levar informação e assegurar os direitos da classe dos transexuais. “A retificação por um nome feminino é fundamental para que eles tenham uma qualidade de vida melhor. A Defensoria Pública irá interpor as ações cabíveis, as quais deverão ser instruídas através de laudo psicológico do Ciaps e demais documentações que comprovem a necessidade de mudança do nome”, explicou o Defensor Eric Martins. A iniciativa também é muito importante, na opinião da Defensora Rosana de Assis, para tornar o trabalho desempenhado pela Defensoria conhecido pela população e facilitar o acesso dos assistidos aos serviços.

 

Elen Vieira Suzuki diz que é muito constrangedor usar o nome masculino. “Quando vou ao médico, na hora de chamar, todos olham para mim com cara de espanto, pois como nasci homem e hoje meu corpo é de mulher, eles ficam sem acreditar no que veem. Infelizmente o preconceito ainda existe. Por isso queremos o direito de mudar o nome”, diz.

 

“Acredito que através da Defensoria Pública possamos realizar o nosso sonho de sermos chamadas com o nome de mulher, que é isso que representamos e é o que queremos ser. É preciso que a sociedade tenha consciência de que não estamos fazendo mal a alguém, só queremos ser o que nós somos de fato e de direito”, completou Elen.

 

A professora, assistente social e ativista do Movimento LGBT, Adriana Lohanna dos Santos, entende que o primeiro ato de inclusão das pessoas travestis e transexuais é o direito à identidade. “A primeira coisa que recebemos quando nascemos é o nome. Então, o nome que está no registro é de outra pessoa que não nos identifica. A nossa iniciativa é lutar pelo direito ao nome e à identidade, para que essas pessoas se sintam gente na sociedade e, a partir daí, não sejam mais discriminadas e tenham direito a participar de programas sociais”, disse.

 

Adriana reafirma que o preconceito contra a comunidade LGBT ainda é muito grande, especialmente no mercado de trabalho, em que muitos se negam a dar uma oportunidade a um travesti. “Sem alternativas, alguns acabam trabalhando como profissionais do sexo. Imagina uma menina ir para uma entrevista de emprego tendo o nome de José e o entrevistador vendo uma mulher? Como as pessoas se comportam? É complicado”, lamenta.

 

Para a representante do movimento LGBT, a Defensoria Pública deu o primeiro passo na retificação do nome de um transexual em Sergipe. “Através da Defensoria temos conseguido alguns processos de retificação, o que representa um avanço, pois já começa a mudar a visão do Tribunal de Justiça acerca do que é a visibilidade do transexual, de que sexo biológico e identidade de gêneros são coisas diferentes. Podemos vivenciar outras formas de sexualidade na nossa vida e ela pode sim ter um órgão sexual masculino e se sentir mulher, ter um órgão feminino e se sentir homem, o que é possível”, frisou.

 

Fonte: Defensoria Pública do Estado de Sergipe

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