Ministro do STJ pede fortalecimento da Defensoria Pública para desafogar sistema carcerário

Ministro Sebastião Reis Junior, do Superior Tribunal de Justiça, participa de audiência pública para análise do Projeto de Lei do Senado (PLS 236/12) que trata da reforma do Código Penal. Crédito:Marcos Oliveira/Agência Senado

Com informações de STJ e Agência Senado

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Reis Júnior, em audiência pública no Senado, destacou o desenvolvimento e fortalecimento da Defensoria Pública como caminho para desafogar o sistema carcerário brasileiro. “A Defensoria Pública produz peças de qualidade e de alto conhecimento jurídico, mas infelizmente sua estrutura ainda é pequena diante da necessidade”, afirmou. Segundo o ministro, defensorias fortes e atuantes dentro dos presídios podem inibir abusos e evitar situações como a de detentos que ficam presos até dois anos além da pena que deveriam ter cumprido.

O pronunciamento ocorreu nesta terça-feira (01/04) na primeira audiências públicas promovida pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado para debater o projeto de lei (PLS) 236/12, que reforma o Código Penal (Decreto-Lei 2848/40).

O ministro disse também que o o grande problema do direito penal não são penas baixas, mas a falta de estrutura para dar efetividade à lei. “Temos de achar um meio termo de o código atender aos reclamos da sociedade, mas evitar o excesso de criminalização, de modo que não se torne uma coisa inaplicável”, advertiu.

Indagado sobre a proposta de ampliação da lista dos crimes hediondos, ele afirmou temer que essa figura, que é uma exceção, se torne a regra. “Há uma tendência cada vez maior de aumentar o rol dos crimes hediondos. Não sei se isso tem algum efeito prático como fator repressivo”.

Sebastião Reis Júnior afirmou ainda que a redução da maioridade penal não é solução para a criminalidade juvenil. “Reduzir a maioridade não vai resolver problema nenhum. O grande problema é a falta de preparo do Estado em dar educação e uma perspectiva de vida aos menores carentes. O Estado se omite e o crime é o caminho que acaba sendo escolhido”, argumentou. Segundo o ministro, com a redução da maioridade, o criminoso que hoje se utiliza do menor de 17 anos passará a dar a arma para um menino de 14, e o sistema continuará sem condições de resolver o problema. “Isso não seria simplesmente uma resposta a um anseio de vingança da sociedade?”, indagou o ministro.

A audiência abriu a série de cinco debates sobre o assunto na CCJ. Na próxima semana, a série de audiências públicas sobre o novo Código Penal deverá prosseguir com a participação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

CONVÊNIOS

Exclusivo para você Defensor Público
Associados da APADEP possuem descontos promocionais nos convênios firmados pela Associação. Veja as empresas conveniadas e códigos promocionais

ASSOCIE-SE

Se você é Defensor Público e deseja se associar à APADEP, favor preencher os dados abaixo e enviar e-mail para apadep@padep.org.br, confirmando seu pedido de filiação e autorizando o débito em conta corrente.
Seja bem-vindo!

Siga-nos nas redes